Fui avisada que ia haver na nossa escola uma palestra sobre o holocausto. Tinha a ideia que o holocausto era algo que tinha a ver com guerra e também com o povo judeu. Como tinha algum tempo livre, fui assistir à palestra. A palestra a que assisti referia-se ao Holocausto praticado pelo governo nazi que dirigia a Alemanha, durante os anos 30 e 40 do século XX. As palestrantes eram duas senhoras que expuseram com clareza o que tinha sido o holocausto. Durante a palestra chamaram-me a atenção para realidades que eu desconhecia e que me parece importante dar a conhecer.
Segundo a wikypédia, “A partir do século XIX a palavra holocausto passou a designar grandes catástrofes e massacres, até que após a Segunda Guerra Mundial o termo Holocausto (com inicial maiúscula) foi utilizado especificamente para se referir ao extermínio de milhões de pessoas que faziam parte de grupos politicamente indesejados pelo então regime nazista fundado por Adolf Hitler. Mais tarde, no correr do julgamento dos responsáveis por esse extermínio, o termo foi sendo aos poucos adotado somente para se referir ao massacre dos judeus durante o regime nazista”. Para compreendermos o que se passou temos que recuar até aos anos 30 do século XX. Naquela época o governo da Alemanha ficou dominado por pessoas com ideais racistas que acreditavam que os alemães eram um povo superior e por esse motivo deviam dominar os restantes povos e nações europeias. O holocausto que ocorreu na 2ª guerra mundial foi a tentativa feita pelo governo alemão, para assassinar todas as pessoas judias residentes na Alemanha e em geral na Europa, na qual acabaram por morrer muitos milhões de seres humanos, não só judeus (mas principalmente), mas também de outros povos. “Havia judeus, militantes comunistas, homossexuais, ciganos, eslavos, deficientes motores, deficientes mentais, prisioneiros de guerra soviéticos, membros da elite intelectual polaca, russa e de outros países do Leste Europeu, além de activistas políticos, Testemunhas de Jeová, alguns sacerdotes católicos, alguns membros mórmons e sindicalistas, pacientes psiquiátricos e criminosos de delito comum. Todos esses grupos pereceram lado a lado nos campos de concentração e de extermínio, de acordo com textos, fotografias e testemunhos de sobreviventes, além de uma extensa documentação deixada pelos próprios nazistas com o saldo de registros estatísticos de vários países sob ocupação. Hoje, já se sabe aproximadamente o número de mortes. Morreram 17 milhões de soviéticos (sendo 9,5 milhões de civis); 6 milhões de judeus; 5,5 milhões de alemães (3 milhões de civis); 4 milhões de polacos (3 milhões de civis); 2 milhões de chineses; 1,6 milhão de iugoslavos; 1,5 milhão de japoneses; 535 000 franceses (330 000 civis); 450 000 italianos (150 000 civis); 396 000 ingleses e 292 000 soldados norte-americanos.” (Wikypédia)
Como foi possível todo este horror? Para percebermos o que se passou é necessário conhecermos um pouco de História. No início da terceira década do século passado, a Alemanha vivia graves tempos de crise. Faltava o emprego e o dinheiro necessários para a sobrevivência de milhões de cidadãos alemães que com isso sofriam e passavam muitas necessidades. Havia uma enorme inflação, todos os dias aumentavam os preços de todos os produtos nas lojas e havia também muita miséria, muita revolta e muito mal estar em toda a sociedade alemã. As pessoas andavam desesperadas por não terem trabalho, nem perspetivas de melhoria e o dinheiro não valer nada. Havia frequentemente manifestações, violência e desordem nas ruas. O povo alemão sentia uma grande necessidade que houvesse um governo que fizesse uma grande arrumação na Alemanha, acabasse com a desordem e desse trabalho a todos os alemães. Nessa época havia um partido (o partido nazi) que começou a dizer repetidamente que os judeus que viviam na Alemanha estavam ricos e eram culpados por muitos alemães se encontrarem na miséria. Comparavam-nos a ratos, a sanguessugas e a animais repelentes, chamando-lhes ladrões nas páginas dos jornais e culpando-os de todos os males que afligiam os alemães. Além de tudo isto, consideravam-nos seres “inferiores” e “sub-humanos”, utilizando as suas teorias racistas, que afirmavam a suposta inferioridade dos judeus. Ao repetir constantemente essa falsidade o partido nazi alemão conseguiu que muitos alemães fossem enganados e passassem a odiar os judeus, julgando-os a causa de todos os seus males. Devido à falta de emprego e ao enorme aumento dos preços dos bens essenciais, os alemães andavam tão revoltados que acabaram por votar em grande número no partido nazi, que viria a formar governo. Os nazis acreditavam que havia raças superiores e raças inferiores e que as primeiras deviam dominar as segundas. Acreditavam também que os mais fortes deviam dominar os mais fracos e que essa era uma lei da vida que devia ser aplicada à humanidade. Por julgarem que os judeus eram um povo inferior e os alemães uma raça superior, o governo alemão construiu campos de concentração nos quais os judeus eram presos e mais tarde mortos por processos quase industriais. Muitos alemães não se deram logo conta de que havia campos de concentração e outros sabiam que existiam esses campos mas pensavam que só serviam para pôr os judeus a trabalhar, outros ainda julgavam que esses campos eram prisões para criminosos e ignoravam o que lá se passava. Entre os alemães que sabiam o que lá se passava, houve muitos que não concordavam e tentaram opor-se aquele horror. Por causa disso foram presos, torturados e muitas vezes mortos.
Só com a derrota alemã no final da segunda guerra mundial, foi possível devolver à liberdade os milhares de prisioneiros judeus que conseguiram sobreviver aqueles anos de horror passados nos campos de concentração. Então o mundo assistiu horrorizado à libertação de milhares de pessoas esqueléticas e doentes que puderam relatar as crueldades a que durante anos se tiveram que sujeitar para conseguirem sobreviver. Houve milhões que não conseguiram sobreviver para contar. Sobre este tema o blogue GAIVOTA lembra que foram feitos filmes excelentes como: “ A vida é bela” e “O rapaz do pijama ás riscas“ os quais, no entanto, se recomenda que só sejam vistos com autorização dos pais, pois possuem cenas muito impressionantes e por vezes violentas.
- Inês Mascarenhas do 6ºE / Supervisão do prof coordenador do projeto -
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