A Cigarra e a Formiga
Tendo a cigarra em cantigas
Folgado todo o verão,
Achou-se em penúria extrema
Na tormentosa estação
Não lhe restando migalha
Que trincasse, a tagarela
Foi valer-se da formiga
Que morava perto dela
Rogou-lhe que lhe emprestasse,
Pois tinha riquesa e brio,
Algum grão com que manter-se
Até voltar o aceso estio
«Amiga, - diz a cigarra -
Prometo, à fé de animal
Pagar-vos antes de agosto
Os juros e o principal.»
A formiga nunca empresta,
Nunca, dá, por isso junta
«No verão em que lidavas?»
À pedinte ela pergunta.
Responde a outra: «Eu cantava
Noite e dia, a toda a hora.»
«Oh! Bravo!» Torna a formiga;
«Cantavas? Pois dança agora!»
Rita Oliveira, 5ºB, Nº 27
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